Coisas


Faço de conta que acredito

Sorrio a contradito sabendo a real

Não embarque nessa de esperta, querida

Sei o que se passa no meu quintal

 

Não aches que o silêncio é cordato,

Não pense que o sorrido é adendo

Eu sinto na pele aquilo que fazes

Sangro aos poucos sofrendo

 

Quando chegar o dia do fim, não finjas surpresa

Em cada detalhe, em cada ofensa

Estás minha justificativa. Não bobo, não desatento. Fui.

Sou artista, o poeta, o cantor, o ator. Por isso depois que a verdade cair sobre mim, a transformarei.
Não em mentiras, mas em fachos de luz, de riso, de choro.
O indizível será ressignificado em cores, em sons e sensações.
Farei com que isto se espalhe. Tocarei os corações, serei a ponte até a alma.
Através de mim, todos serão verdade. Sem o saber, sem o dizer.
O único caminho é aquele que não se parece com tal. Para tocar a alma é preciso atravessar o escudo do desacreditar.
E para fazer-se tocante, para exercer o tocar. Somente se transformando.
Transformar-se em arte. Sendo artista. Sendo só coração.
A verdade está no sentir-se. No permitir-se. E pra quem o consegue, essa não é uma opção. É o único caminho.
***
A verdade vem. Atinge. Transforma. Ressignifico. Espalho. Toco. Mudo os outros.

 

Hoje completo 40 dias desde que acordei com a pior crise de hérnia de disco da minha vida. Daquela manhã de domingo sem conseguir me mexer até agora onde estou a base de fortes analgésicos sai de Santa Vitória do Palmar e vim a Porto Alegre para casa dos meus pais. Paralelo a isso correu a Copa.
Posso dizer com segurança que alguns momentos da Copa, principalmente os jogos do Brasil foram os únicos momentos em que conseguia não pensar na dor, me sentia anestesiado, tanto que não poupei esforços para me cercar da minha família nestes momentos.
Hoje com a goleada em poucos minutos da minha brava companheira alertou, amor tu perdeu o brilho nos olhos, e foi o jogo mais dolorido da minha vida, literalmente. Nunca tal frase fez tanto sentido pra explicar o que sentia.
Tal enredo é necessário pra análise do jogo.
Ia calar sobre isso, como tenho preferido fazer no Facebook, ferramenta que pouco tenho utilizado.
Vivi essa copa como nenhuma outra, me proporcionou momentos de fuga da dor e fez o tempo enclausurado em casa passar mais depressa. Li, senti e acompanhei como nunca.
Por isso me recuso a ler ou dar ouvido calado a essas análises que tentam achar culpados, ou pior que isso, mostrar que o que aconteceu é resultado da falta ou omissões antigas. 
O Brasil não perdeu porque não preparou, a derrota não veio há anos com nossas decisões, não é culpa do Felipão ou do Fred, nem resultado de abalo emocional. Talvez seja bem pouquinho disso tudo, mas o fundamental é que a principal explicação é simples, e talvez por isso não satisfaça.
O Brasil perdeu por uma tragédia, por algo imponderável, por uma rápida sequência de fatos que jamais vai acontecer novamente. É aquele momento que não se repetirá jamais.
Mas objetivo destas palavras não é encontrar uma resposta ou dar uma explicação, é alertar que é muito fácil analisar fatos e o que se passou como também encontrar ligações, por mais absurdas que sejam, com nossas escolhas anteriores, porém abram os outros olhos para as análises fáceis e não comprem o discurso de quem quer se aproveitar desse momento de fragilidade. Escrevo só pra alertar que profeta do leite derramado não vale nada, e principalmente que algumas coisas na  ida, talvez a maioria, não tem explicação mesmo.

Um domingo de sol, sem nuvens, sem vento.
Passado posto em voga, presente indubio, sorte.

Vícios chamam, clamam, gritam. Eu quem sou?
O poeta na casa de vidro, o escritor que dança no terraço, o jornalista bêbado na esquina.

Os olhos castanhos escuros que cantavam, agora transmitem inquietude.
De repente a certeza dos tolos a abandonou quando atacada pela coerência dos insanos.

Bárbaro nunca foi tão cômico, certo tão duvidoso, amor tão isso…
O que gritar e porque temer? A quem olhar e por quem chorar?

O lamento intimo é triste quando sério.

E agora sei que sou de novo.

No Olímpico, me sinto em casa.

As pessoas em volta com algo em comum, algo forte, que move, fascina, faz sonhar e sofrer.

A alegria une as pessoas, mas com certeza a dor é mais eficiente nisso.

Hoje estava só em casa, no Monumental, sem amigos, sem ninguém por perto que me conhecesse e assim, me senti livre, depois de tanto tempo preso no olhar dos que me reconhecem.

É bom ser mais um na multidão, sem palco, sem holofotes. Apenas eu e meu Grêmio.

Eu consigo pensar, sentir melhor eu mesmo. O silêncio do meu quarto é agonia, o canto no estádio é tranqüilidade.

***

Bem, e quanto a pequena que vinha me aporrinhando a tranqüilidade, sobretudo no silêncio é agora um mal superado.

Poucos problemas resistem a um bom processo de racionalização.

Logo, o lugar ao lado está vago; *-*

Quanto mais conheço formas de sentir e de gostar, expectativas e ideais de relacionamentos, namoros e até mesmo amizades, mais perdido eu fico. As pessoas mudam a cada experiência, aprendem a sentir coisas diferentes, e alimentam seus sentimentos das formas mais distintas, algumas até planejam matá-los a míngua…Mas isso não é importante agora.O que quero registrar para as milhares de pessoas que me lerem, já que descobri algumas coisitas sobre informações aqui passadas que se multiplicaram, transformaram e voltaram de forma irreconhecível… Bem, também não é isso que quero falar… É o seguinte, pensar sobre relações é pura besteira, total perda de tempo, por vários motivos, eis alguns:

– cada relação é diferente da anterior, a negociação dos espaços, a forma de sentir, e a forma de receber.

– Dizer,  “eu sou assim, eu sou assado”, é inválido, porque estamos em constante transformação, tudo nos atinge, algumas coisas no mundo, não sei se alguém disse isso, mas como é bom devo ter ouvido noutro lugar, "respirar é mudar". (Aspas em respeito a um autor que não sei se existe, minha neurose aumenta…)

– Relacionamentos só têm ponto final se formos orgulhosos demais, ou a outra parte assim o proceder. (Adendo, orgulho – Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba…).

– Maior prova de mostrar o que sentimos é ser sincero, aliás, é só o que nos resta. Isso e torcer para que o outro lado nos entenda.

– Pensar no que é melhor pro outro da relação é uma falácia na origem. Porque isso é limitar o bem mais importante que uma pessoa tem, que é a liberdade de escolher seus caminhos, com quem seguir, e em que relacionamentos investir.

– Alguns relacionamentos não têm mais volta quando acaba, nesses casos, é recomendado se permitir coisas novas, novas pessoas, novos ares, novos relacionamentos. Afinal, sem um novo grande time ninguém esquecerá os astros do passado.

Não subestime o que os outros sentem e não será subestimado, se for, pé na bunda da criatura!

Quanto mais conheço formas de sentir e de gostar, expectativas e ideais de relacionamentos, namoros e até mesmo amizades, mais perdido eu fico. As pessoas mudam a cada experiência, aprendem a sentir coisas diferentes, e alimentam seus sentimentos das formas mais distintas, algumas até planejam matá-los a míngua…Mas isso não é importante agora.O que quero registrar para as milhares de pessoas que me lerem, já que descobri algumas coisitas sobre informações aqui passadas que se multiplicaram, transformaram e voltaram de forma irreconhecível… Bem, também não é isso que quero falar… É o seguinte, pensar sobre relações é pura besteira, total perda de tempo, por vários motivos, eis alguns:- cada relação é diferente da anterior, a negociação dos espaços, a forma de sentir, e a forma de receber.- Dizer,  “eu sou assim, eu sou assado”, é inválido, porque estamos em constante transformação, tudo nos atinge, algumas coisas no mundo, não sei se alguém disse isso, mas como é bom devo ter ouvido noutro lugar, "respirar é mudar". (Aspas em respeito a um autor que não sei se existe, minha neurose aumenta…)- Relacionamentos só têm ponto final se formos orgulhosos demais, ou a outra parte assim o proceder. (Adendo, orgulho – Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba…).- Maior prova de mostrar o que sentimos é ser sincero, aliás, é só o que nos resta. Isso e torcer para que o outro lado nos entenda.- Pensar no que é melhor pro outro da relação é uma falácia na origem. Porque isso é limitar o bem mais importante que uma pessoa tem, que é a liberdade de escolher seus caminhos, com quem seguir, e em que relacionamentos investir.- Alguns relacionamentos não têm mais volta quando acaba, nesses casos, é recomendado se permitir coisas novas, novas pessoas, novos ares, novos relacionamentos. Afinal, sem um novo grande time ninguém esquecerá os astros do passado.Não subestime o que os outros sentem e não será subestimado, se for, pé na bunda da criatura!