Alcoolizado


Faço de conta que acredito

Sorrio a contradito sabendo a real

Não embarque nessa de esperta, querida

Sei o que se passa no meu quintal

 

Não aches que o silêncio é cordato,

Não pense que o sorrido é adendo

Eu sinto na pele aquilo que fazes

Sangro aos poucos sofrendo

 

Quando chegar o dia do fim, não finjas surpresa

Em cada detalhe, em cada ofensa

Estás minha justificativa. Não bobo, não desatento. Fui.

Vivemos bailando na conjuntura, aquela móvel que se movimenta ao prazer dos ventos e mantemos a estrutura intacta. Mas a estrutura não é fixa, quando falamos da mesma neste sentido mais psi, ela foi construída pela experiência, logo pode ser alterada, mas as defesas da mesma são fortes e se baseiam também em quem mais conhece o terreno, o nosso inconsciente que arma armadilhas pra proteger a construção. Sorte nossa que esse inconsciente não é intocável e tampouco imutável, e dificuldade para modificar é claro que estará presente, mas, quem peleia alcança, mesmo que demore. Se contentar com pouca coisa por medo de perder o que na verdade não se tem é de dar pena. Quando se pode muito, se deve lutar, pois quem luta, perde muito, mas também tem a sensação do combate que quando comparado com a inércia demonstra suas vantagens.